Pode parecer pretensão ou coisa de caras mais velhos tentando forçar uma situação que nem sempre reflete a realidade, sei muito bem que quantidade de vida profissional vivida nem sempre é sinônimo de vida profissional bem estruturada para um desenvolvimento contínuo e de excelência. Nas minhas consultorias sempre ouço a velha frase:
“Trabalho ha 30 anos na área e eu penso comigo, é 1 ano vezes 30 ou 30 anos em desenvolvimento contínuo?”
Temos esse viés com certeza, mas vamos pensar de uma maneira mais holística e entendendo o que é realmente ser um consultor e quais são as habilidades exigidas para que cada um do leitor possa tirar a sua própria conclusão.
O Consultor Gastronômico é aquele profissional que nas vias de regras (ja que não existe 0 e nem 100) ja passou por vários lugares e vivenciou as experiência que cada lugar, situação ou momento o proporcionou. É interessante entender que quando uma empresa ou empressário contrata um consultor ele quer respostas rápidas e assertivas para o problema dele, não estou dizendo em soluções rápidas ja que isso depende de vários fatores e nem sempre isso é factível. Mas num pensar mais profundo e sem respostas envasivas e não dizendo muita coisa. Sendo assim me pego concatenando com algumas situações por mim vividas em meus 20 anos somente de consultoria e 30 de profissão na área de FoodServices.
Como alguém que não vivenciou de maneira longa e profunda os acertos ou melhor os erros, ja que estes tem muito mais valor na nossa vida, vem se tornar um Consultor? Alguns podem me dizer, mas só para fazer um cardápio e treinar a equipe isso muitos na flor da idade profissional pode ajudar. Poder pode, mas ele vai entender todos os impactos que cada criação pode ocasionar na montagem desse cardápio e que poderá influenciar toda cadeia de armazenagem dessa operação e tantos outros impactos que devemos analisar?
Fica a pergunta para cada um possa fazer a sua auto análise e entender que somente montar um cardápio não é criação e sim uma engenharia de produção que deve estar diretamente ligada em toda cadeia de arzenamento, equipamentos, equipe, custos, fornecedores, público alvo, etc. O que temos que pensar é se estamos realmente preparados para ajudar alguém de maneira a respeitar o investimento do empresário tanto na sua consultoria quanto no montande total investido por ele no projeto.
Dias desses um aluno da faculdade me parou no pátio da instituição e me fez uma pergunta muito interessante.
“Professor, leio muitos livros, faço estágios mas como faço para ter a prática de tudo isso:”
Respondi
“Com a vida vivida, não temos como adiantar um processo que por si próprio leva o seu tempo, não podemos aumentar a temperatura do forno para assarmos algo mais rápido ele tem o tempo que o tempo tem que ter.,
Ele entendeu a resposta e me agradeceu.
Sei que em tempos de concorrência todos são concorrentes entre si na mesma área não importando alguns ítens que muitas vezes passam despercebidos pelo contratante. Quando alguém entrega um cartão de visita, escrito – Consultor Gastronômico -, todos entram juntos no processo seletivo e dependendo do grau de investimento que o empressário quer gastar, você pega ou não aquele contrato.
A questão maior nesse caso deve ser dividida em duas frentes ou olhares como melhor interpretar.
– Consultor
O consultor tem que zelar pelo seu nome, ja que este nome será contruido dia a dia no mercado e tem que entender as suas qualidades e deficiências para poder aceitar ou não aquele projeto, afim de se resguardar e não colocar seu nome numa situação complicada e que poderá influenciar negativamente o seu futuro”
– Contratante
O contratante tem que entender que a contratação é de 100% da responsabilidade do mesmo e economizar nesse ítem pode ocasionar não somente no valor propriamente dito ou cobrado pelo profissional mas o montante total do investimento. 10 % do investido no negócio de alimentação (coisas não tangíveis, como consultoria por exemplo) é percebida 90% pelo seu cliente. Então todo cuidado é pouco nesse momento e todo portfollio do consultor deve ser analisado e não somente no papel e sim e pesquisa.
Na verdade o que isso quer dizer é que devemos ter cautela como consultor em aceitar alguns projetos e o contratante deve analisar o profissional na íntegra para ter certeza na sua contratação. Muitas vezes vejo empressário dicertando que consultoria não dá certo e que consultor não tem valor mas retorno a questão para o mesmo. Quem foi que contratou o profissional e porque não analisou o mesmo de maneira a ter certeza que ele seria o mais adequado.
Ja fui a reuniões com clientes que começaram a falar mal de colegas de profissão, simplesmente falo, não sei o momento e nem o escopo que foi passado então não é justo eu opinar sobre trabalho alheio. Não seria ético da minha parte tomar partido do cliente para ganhar a consultoria. Mas como o cliente não falou muito bem do último profissional, resolvi declinar ao job pois me fez entender que o mesmo poderia acontecer comigo. Ou seja, me preservei.
Todas as consultorias o tema do assunto se faz valer? Não sei se posso opinar sou um Consultor Gastronômico e como toda profissão técnica (Gastronomia, medicina, engenharias, direito, etc) a vivência na área é fundamental para as tomadas de decisões que tem a assertividade como ponto fulcral.
Posso ouvir que um jovem chef criaria melhor um cardápio que um mais profissional mais velho, concordo sim isso é muito possível, mas o que coloco aqui e o entendimento são os impactos que essa criação possa ter no processo como um todo. Não existe verdade absoluta apenas escrevo aqui para disseminar meus pensamentos e vivência e cada um tira o que lhe for positivo.
Então caros e jovens colegas de profissão (ja que a idade não quer dizer nada), tenham calma e tentem vivenciar todos os acertos e erros cometidos por você e por outros e criem um banco de dados suficiente para poder ajudar de forma contundente e eficaz todos que o procurarem. E empressários do ramo, saiba realmente o que está procurando para entender o que vai contratar para te ajudar nesse momento.
Até a próxima